Nela Duarte,Artista

 NELA DUARTE, Actriz.

Para iniciarmos a publicação oficial do nosso jornal4you  nada melhor do que relaxarmos e aproveitar um dia de sol de Verão.

Anteriormente combinámos uma entrevista com a actriz e amiga  Nela Duarte no Jardim da Luz em Carnide .

Apesar de ser desconhecida de uns ainda e felizmente é  reconhecida por muitos.

a Nela foi uma actriz que marcou a sua presença em muitos palcos desta cidade de Lisboa numa cidade um pouco diferente da actual, vivia-se um tempo sem redes sociais sem likes e sem internet e quase sem televisão. No entanto a arte em todas as suas vertentes nunca baixou os seus braços apesar de todos artistas e  todas as artes  estarem sujeitos ao olhar e à pena afiada da policia politica da época.

Mas esquecemos esses tempos e regressemos a 2021-08-29.

À  hora marcada e acompanhado pelo fotógrafo e amigo Luis Rana chegámos ao jardim de mochilas às costas. No entanto já não eramos os primeiros, pois  a Nela já estava à nossa espera, sentada num dos bancos de jardim  a desafiar com a sua luz e beleza o jardim.

Não sei se ela se apercebeu mas  a minha amiga e  atriz  candidatou-se a servir de cobaia à nossa publicação,  obviamente  no bom sentido da palavra e na credibilidade que iremos inserir no nosso projeto, Jornal4You.

A luz natural deste centenário espaço verde, encontra-se  salpicado de vermelho pela sebe de medronheiro que lhe confere uma dicotomia de cores onde a  Nela competia com o seu Tailleur.  A água do lago abafava a sonoridade das vozes dos  jogadores de dominó e ampliava o sussurrar dos casais de namorados que escolheram este jardim para um encontro mais ou menos furtivo com a natureza.

Feitas as apresentações do tempo e do espaço passámos às apresentações.

-Esta é a Nela… E este é o Luís. Palavra para a frente palavra para trás e quebrou-se  a métrica  da entrevista que eu tinha planeado.

 Não me recordo se começámos pelo fim pelo meio ou pelo início das perguntas que tinha estrategicamente arrumadas no meu subconsciente  e que iria colocar à Nela Duarte. Mas, neste tipo de entrevista existem sempre confidências e desabafos de entrevistador/entrevistado  que  alteram toda a estratégia  e nos deixam um pouco indecisos na seleção de  prioridades  para este tipo de entrevista.

Bem, vamos ao que nos trouxe aqui e passo a apresentar:

Nela Duarte, actriz,  nasceu em 1955, conhecida no meio artístico e pelos seus amigos  pelo seu sorriso e pela sua boa disposição. Estreia-se no teatro em 1969 na revista " Pois Pois " no teatro Variedades e no teatro Monumental  "Ri-te Ri-te"  actuando com sucesso em consecutivas revistas quer no teatro Abc ou no Maria Vitória. Viajou  até Angola e Moçambique com Tony de matos  e trabalhou com o  empresário Sérgio de Azevedo no teatro  Abc  na revista "direita volver" Bonita e também talentosa chegou a substituir a fadista Cidália Moreira no  tema "os rios correm para o mar". Participou também em algumas comédias ao lado de nomes. Camilo de Oliveira, Octávio Matos, Raul Solnado, Eugénio Salvador, Victor Mendes, Francisco Nicholson, Armando Cortez, Ivone Silva ,Carlos Coelho, Florbela Queiroz, Vera Mónica, Laura Alves e Marina Mota entre muitos outros. Tal como ela, vários actores do chamado teatro comercial, intérpretes de valor, primeiras figuras e algumas que nunca chegaram a primeiras figuras, estão  infelizmente actualmente afastadas da representação em grande parte devido ao fecho de vários  espaços…

Actualmente a Nela tem participado em algumas telenovelas e filmes publicitários que lhe fornecem suporte financeiro para o seu dia a dia.

A Nela Duarte antes de  darmos por concluída a entrevista  ainda nos revelou que apesar de estes anos todos estar afastada dos grandes palcos e apenas lhe restar como último recurso à arte a representação secundária na televisão e a figuração ainda sente  saudades do teatro de revista, um género de representação que com a sua ingenuidade e ao seu  modo sui generis nos revela  tudo aquilo que nós já sabíamos e que além  disso  ainda nos consegue divertir e  fazer soltar umas gargalhadas.

Fotografias de Luís Rana e texto de Vítor Bom Norte