Peça de Teatro "Rótulo"

Confesso-vos  de que tenho saudade de criar uma peça de teatro. Mas também vos confesso que não tenho nenhuma vontade para  novamente expor-me culturalmente, no entanto a minha vida já é uma peça de teatro.

E sendo assim, hoje foi a noite escolhida por mim em representação do Jornal4you para assistir a um manifesto Artístico de seu nome  "Rótulo".

Uma produção do Armazém Aéreo. Com encenação e criação De Edson Carvalho.

Que tem como Intérpretes: Ana Monzêlo, Alba Núñez,Diana Silveira,Teresa Santiago.

O espectáculo  encontra-se em cena no Teatro da Luz em Carnide e convida-nos a participar com as atrises na peça, já a acção percorre o palco de cima a baixo,  obrigando-nos a olhar para cima, para o lado, para a  frente e para trás.

 Já a receita que o criador/encenador escolheu  e utiliza durante a ação um mix de circo aéreo com representação que confesso, conquistou-me.

Aliás, aprecio bastante  todo o tipo de teatro de invenção, teatro de resistência, teatro de re-existência em que saimos da sala, despertos, com um ligeiro trave de boca, principalmente quanto o tema é a figura da Mulher.

São nos dado a conhecer várias mulheres, frágeis q/b  que a pouco e pouco conseguem  retirar as bandas depilatórias coladas pela  sociedade  ao seu corpo, com a pretensão de  magoar a sua pele, secá-la e inclusive queimá-la, restando-lhe apenas despejar o seu corpo  numa lixeira de  lixo indeferenciado.

Uma sociedade que lhe  cola rótulos  sem lhe  pedir opinião é uma sociedade que a condena e que a obriga a vestir-se como uma puta apenas porque aos olhos de quem não vê quer que ela seja bonita.

Quem estiver mais atento encontra  No Bra Day retratado na peça que as personagens em palco metafóricamente seguram uma  tentativa de revolta da figura feminina sobre a figura masculina não descurando no entanto  o cariz sensual do corpo  feminino.

Por fim e aproveitando a proximidade da época Natalicia, peço-vos que Rezem um Pai Nosso pelas Mulheres  que vivem no purgatório da sociedade que as prende e despreza.

E já agora, a  peça está em cena até ao dia 20, amanhã. E a representação é  às 21 horas. Aproveitem e vão vé-la que vão gostar.

Vitor Dias