O Homem da Amália
Um shot enlouquecido pelo amor platónico que vemos a lutar contra um moinho de vela acesa ao vento reclamando a Deus o amor por Amália .
Apesar da personagem
se considerar um fado menor na
vida da Amália no entanto tem
consciência que nunca ficará na história da vida dela, nem tão pouco fará parte do reportório de ninguém.
Assistimos a uma representação onde o ciúme fala e se sobrepõe ao sentimento platónico de um louco pela sua Diva, assistiremos também a uma transformação de um amor de mel em um amor de fel.
Ou não seria esta a história de um triste apaixonado que tem consciência que será apenas um mero figurante na vida de Amália, embrulhado em ciúme, paixão e desejo.
Uma personagem transparente ao olhar de Amália e de todos que não provoca reações, mas que apesar da sua transparência acredita que irá fazer parte da vida de Amália.
Um monólogo transversal que nos vai revelando um pobre Ícaro que no seu voo inicial queimou as suas assas e que apenas viaja com a sua imaginação para os braços da sua Amada Amália.
O público acompanhando o desenrolar do monologo apercebe-se que esta personagem inquietante e isenta de luz interior vive ofuscado pela luz que o cega da sua paixão por Amália que o alimenta na ânsia de poder acender a sua Luz apagada
Uma representação digna de se ver com um Virgilio Castelo incomparável em que diálogo sem ser complexo nem tão pouco obscuro nos deixa à vontade e confortáveis ao longo de 1h15 minutos de representação."Quando se gosta de alguém
É como estar-se
doente
Quanto mais amor se
tem
Pior a gente se sente..."
Texto de Vitor Bom
Norte
Trabalho fotográfico de Luís Rana
O Homem da Amália, Yellow Star Company; Texto e interpretação: Virgílio Castelo;
Encenação: Paulo Sousa Costa em cena no Teatro Armando Cortez.
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