Soldados que trocaram a enxada pela espingarda.


Texto escrito pela altura dos 100 anos do armistício que assinalou o fim da 1ª Guerra Mundial.

Na verdade, esse seria também o dia em que a guerra não acabou”; porque várias foram as guerras, que eclodiram logo a seguir um pouco por toda a parte. 

Aconteceu há cem anos; após o fim da I Guerra Mundial (1914-1918) torna-se difícil eu compreender os momentos vividos por estes homens, mas é sempre bom sabermos “Honrar a memória”, prestar “a devida homenagem e estimular o nosso orgulho nacional”, apesar de na altura existir em Portugal uma República burguesa e colonialista, que se atreveu a atirar para o campo de batalha milhares de homens treinados à pressa.

Pessoas simples transformados em soldados, que um dia abandonaram as suas terras e trocaram a enxada pela espingarda e desapareceram no meio de um mundo diferente, para a seguir se transformarem em nada.

Passados que foram cem anos, custa-me Imaginar a sua luta numa terra de ninguém, onde o olhar dos soldados divagava quase tanto quanto as palavras.

Colocados num beco sem saída, onde o sacrifício e o heroísmo do soldado desconhecido caminhava através do emaranhado das trincheiras onde transbordava o sofrimento, e o cheiro a carne morta e apodrecida nos transmitia uma cruel mensagem; afinal o inferno vive-se na terra.

Foram mais de quatro anos em que tombaram no campo de batalha, homens simples que ficaram horrorizados pela realidade que iam conhecendo no campo de batalha.

À memória de todos os soldados que lutaram pela sua Pátria, e que por ela tombaram.


Vitor Bom  Norte


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